Situada a margem esquerda do rio Solimões, em terreno plano de pouca elevação, está plantada a antiga povoação, hoje cidade de Codajás. Primitivamente era aldeia Cudaiá, de índios do mesmo nome, mais tarde tornou-se pousada dos índios Muras ou Môras, que ainda em meados do séc. XVIII ocupavam as margens e os lagos do rio Amazonas e Madeira. Nas imediações da localidade há numerosos lagos, bastantes piscicosos, entre eles o lago de Cudaiá, (Miuá) onde em 1864 aportou o cidadão procedente de Thuryassú, no Maranhão, José Manoel da Rocha Thury, trazendo consigo várias famílias e lançando os fundamentos de Codajás, que muito contribuiu para o crescimento do lugar, implantando uma fazenda de gado que se tornou próspera. Nesse tempo, a localidade recebeu o nome de Barreiras de Cudajáz. Em 26 de julho de 1865, o deputado Padre Bernardo Ivo de Nazaré Ferreira apresentou um projeto de lei à Assembléia Provincial, e em 30 de junho de 1868 através da lei nº 175 passou a se chamar Freguezia de Nossa Senhora das Graças de Cudajáz. Recebeu como de costume na época, a aprovação canônica em 26 de outubro de 1870, quando foi instalada, pelo Padre João Monteiro Cunha, sob a Invocação de Nossa Senhora das Graças de Cudajáz, a freguesia foi elevada à vila, projeto apresentado à Assembléia Provincial em 5 de maio de 1873, pelo deputado Nicolau José de Castro. A Vila de Cudajáz foi instalada junto com a Câmara, em 5 de agosto de 1875, pelo Camarista de Manaus, José Justiniano Braule Pinto, conforme instrução expedida pelo presidente da Província. Em 1878 foi apresentado à Assembléia Provincial um projeto que motivou discussão em torno do cacófato existente na palavra Cudajáz, mudando o nome da Vila Cudajáz para Vila Solimões administrada pela Intendência Municipal criada por um decreto de 22 fevereiro de 1890. O uso da nomenclatura ao longo do tempo encarregou-se de consagrar a corruptela Codajás, palavra brasileira pura que vem de curucudaiá, da língua cudaiá. A fauna e a flora são de grande importância para o município. Na primeira se destacam pelo valor econômico as seringueiras, a castanha-do-pará. Na segunda grande variedade de animais silvestres: onças, antas, queixadas, caititus e etc., e muitas espécies de peixes: tambaqui, jaraqui, pirarucu, entre outros. Clima quente e úmido com temperatura média anual de 24 e 26°C. O município possui nos tempos da seca grandes praias ao longo do rio Solimões, que constituem belezas capazes de atrair o visitante. Na cidade, prédios históricos como o da paróquia são atrações turísticas. As festividades que movimentam a comunidade são: São Sebastião (Janeiro); Carnaçaí (domingo de Carnaval); Aniversário da Cidade de Codajás (31 de março); Festa do Açaí (Abril); Festa da Padroeira, Nossa Senhora das Graças (Maio); Nossa Senhora do Pérpetuo Socorro (Julho); Marcha Cívica (5 de Setembro); São Francisco (Outubro); Santa Lúzia (Dezembro). A Festa do Açaí atrai, todo ano, milhares de visitantes dos municípios vizinhos e da capital que permanecem na cidade durante os últimos três dias de abril, quando o município se torna a capital do açaí, a fruta que lhe deu fama regional e nacional. Nesse período, uma programação diversificada ocorre por toda a parte, incluindo shows musicais no Centro Cultural com bandas regionais e nacionais, em palcos alternativos, bandas locais também fazem a festa. Tem, ainda, a feira de artesanato, gincanas e uma rica culinária regional que inclui bolos, vinhos, pudins e até brigadeiros, todos feitos do açaí. Atividades desportivas e culturais como torneio de pesca, desfiles de beleza, exposições de artes plásticas e fotografias, também ajudam a fazer da festa um grande acontecimento anual. Em exposição no Centro Cultural, também ficam inúmeras peças de artesanato produzidas da matéria-prima do açaí, feitas pelas mãos de artesãos da terra, e também quadros que retratam: a floresta, o fenômeno da piracema, os 500 anos do Brasil, entre outros temas amazônicos e folclóricos. Nos palcos também são realizados shows de danças regionais, como o Balé da Palmeira, Dança dos Açaianos, músicas com a temática do açaí, poesias e o esplendor da festa que é o desfile das candidatas ao título de Rainha do Açaí. A economia de Codajás é apoiada na atividade do setor primário, com destaque para as culturas de mandioca de várzea e terra firme, milho e feijão, sendo o açaí o produto mais comercializado. Codajás é o maior produtor de açaí do Amazonas e destaca-se também na área pesqueira com lagos como: Badajós, Urucuruzinho,Onças e Cudaiá (Miuá) onde é encontrado com grande abundância o pescado, sendo também utilizado para esportes náuticos e pescas desportivas. A agricultura do município é baseada no cultivo de produtos como mandioca de várzea e de terra firme, milho e feijão (culturas temporárias). A agricultura também se baseia nas espécies: açaí, mandioca, banana, maracujá, mamão, milho e feijão. Pecuária: o criatório no município consiste no desenvolvimento de espécies como: bufalinos, bovinos, caprinos, ovinos e suínos. Extrativismo Vegetal: a extração de madeira era uma atividade tradicional no município. As principais espécies exploradas eram Jacareúba e Louro inhamuí. No extrativismo vegetal as principais espécies exploradas são o açaí, castanha, borracha, sorva, óleo de copaíba e várias espécies de cipó. A seringueira tem ampla distribuição na área enfocada, com maior freqüência na planície aluvial, onde se concentram as atividades relacionadas à extração do látex. Onde o relevo é ondulado, ocorrem as maiores concentrações de castanheira-do-pará. Estão nas planícies aluviais a principal fonte de recursos naturais de grande expressão econômica. Pesca: na época da fartura de peixes, que se verifica no período de maio à setembro, ocorre uma grande abundância de pescado que é comercializado nos mercados e feiras. A pesca é feita no rio Solimões e nos grandes lagos altamente piscosos, tais como: Miuá, Badajós, Acará, Piorini, Salsa e Mureru. A fiscalização desses lagos é feita pelos próprios moradores e pescadores das áreas citadas. Principais espécies de pescado são tambaqui, jaraqui, curimatá, branquinha, pirarucu, bodó, tucunaré, matrinxã e outros. Avicultura: existem criatórios doméstico, voltado para o consumo alimentar das famílias. Hortifruticultura: atividade pouco desenvolvida, voltada somente para o consumo doméstico e explorada de forma empírica, através do cultivo de verduras e legumes, tais como: tomate, pimentão, pepino, abóbora, quiabo, feijão de vagem, pimenta-cheirosa, coentro e de frutas regionais como melancia, mamão, banana, cupuaçu, lima, tangeria, maracujá, marimari e a maçaranduba, que surgem de acordo com a respectiva época e são muito apreciados pela população local. Indústrias: madeira, tijolo, gelo, mobiliário e produtos alimentares. Não existem vias de acesso ao interior do município ou a capital do estado, Manaus, que não sejam as águas dos rios, lagos, "furos", "igarapés", "paranás",etc. Assim sendo, os meios de transportes são vias fluvias; em bascos regionais, recreios, voadeiras e até canoas de motor rabeta O município é dividido pelo Rio Solimões, possuindo inúmeros lagos interiores, alguns de grande porte: Badajós, Piorini, Miuá, Onças, Jamacanã, Urucuri, Acará, Chico Paulo e outros. Todos esses lagos deságuam suas águas através dos "paranás" e "furos" no Rio Solimões e, quando da época da "cheia", ocorre à inversão desse processo.